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Pensamento 4.0: formas, essencialismo e irracionalidade

  • sbreval
  • 11 de nov. de 2023
  • 5 min de leitura


Introdução


Analisando a figura de Rodin na qual um homem está no centro, e podemos identificar suas limitações, a sua forma de pensar e criar conexões na era digital certamente suscita algumas necessidades que são aprofundadas pela sua forma de percepção, prioridades pela sua essência e sobretudo a dúvida racional podemos encontrar nas obras de Kahneman, McKeown e Ariely um entrelace interessante que servem como base para o entendimento da dimensão pessoas-cultura na organização.

Na era da Indústria 4.0, onde a digitalização, automação e interconexão reinam, a velocidade das mudanças é notável. No entanto, em meio a esse turbilhão de avanços, o livro "Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar" de Daniel Kahneman oferece uma perspectiva fascinante sobre como dois sistemas de pensamento coexistem em nossas mentes, e como essa dualidade pode ser aplicada e interpretada no contexto da transformação digital, McKeown incentiva a identificação e priorização das atividades que realmente importam, eliminando o supérfluo. Esse enfoque não apenas simplifica a vida, mas também cria espaço para a excelência ao permitir que indivíduos se concentrem em suas contribuições mais valiosas e Ariely explora uma série de fenômenos fascinantes, revelando como nossas escolhas muitas vezes são moldadas por fatores inesperados e previsivelmente irracionais


Abordagens


Kahneman, renomado psicólogo e ganhador do Prêmio Nobel de Economia, propõe a ideia de dois sistemas de pensamento: o Sistema 1, rápido e intuitivo, e o Sistema 2, deliberado e analítico. Enquanto a Indústria 4.0 impulsiona a rapidez das decisões, é vital entender que nem todas as situações se beneficiam de uma abordagem rápida.

Tais sistemas quanto analisados sob a ótica de fenômenos como a aversão à perda, o efeito placebo e a tendência à conformidade são analisados em profundidade por Ariely, destacando como esses padrões irracionais podem influenciar nosso comportamento coletivo e decisões de mercado, e de certo modo em qual sistema atuamos.

Porém dentro da pressão do dia-a-dia quanto às decisões McKeown argumenta que, em um mundo onde precisamos fazer mais com menos tempo é constante, a tentação de abraçar todas as oportunidades pode resultar em dispersão e insatisfação. O "Essencialismo" propõe um retorno ao básico, questionando o valor intrínseco de cada compromisso, projeto ou atividade em nossa vida.


Rápido na Indústria 4.0


A velocidade é a espinha dorsal da Indústria 4.0. Sistemas autônomos, IoT (Internet of Things), big data e inteligência artificial exigem tomadas de decisões instantâneas. No entanto, o Sistema 1 de Kahneman alerta para os vieses cognitivos que podem surgir quando decisões rápidas são baseadas em intuições e experiências passadas, sem uma análise aprofundada.

O livro "Essencialismo" de Greg McKeown oferece uma perspectiva valiosa para o ambiente de manufatura, onde a otimização de recursos e a eficiência são cruciais. McKeown argumenta a favor da concentração nos elementos essenciais, eliminando o supérfluo, e essa filosofia pode ser aplicada de maneira significativa na tomada de decisões dentro do setor manufatureiro. No contexto da produção, onde a sobrecarga de informações e opções pode ser esmagadora, o essencialismo propõe uma abordagem focada em identificar e priorizar as tarefas e processos verdadeiramente fundamentais. Ao incorporar os princípios do essencialismo, os líderes da manufatura podem aprimorar a alocação de recursos, concentrar-se nas atividades mais estratégicas e eliminar desperdícios. Dessa forma, o livro oferece uma abordagem prática para enfrentar os desafios complexos da tomada de decisões na manufatura moderna, impulsionando a eficiência e a excelência operacional.

A agilidade na Indústria 4.0 não implica cegueira para a complexidade das escolhas. Ao considerar a interconectividade de sistemas e dados, é imperativo reconhecer quando é apropriado recorrer ao Sistema 2 - a abordagem mais lenta, mas mais reflexiva.

Desde preferências aparentemente arbitrárias até decisões influenciadas por emoções, Ariely nos leva a uma viagem intrigante pelos meandros da mente humana. Ao desafiar a crença tradicional de que tomamos decisões de maneira lógica, nos apresentando a uma perspectiva mais realista e psicologicamente fundamentada.


Devagar na Indústria 4.0


A abordagem devagar de Kahneman, representada pelo Sistema 2, é crucial na era digital. Em um cenário onde a automação e a inteligência artificial assumem muitas tarefas rotineiras, a mente humana deve se concentrar em tarefas que requerem pensamento crítico, criatividade e compreensão profunda.

Na Indústria 4.0, decisões estratégicas, inovações e considerações éticas não podem ser subestimadas. A lentidão do pensamento analítico torna-se uma virtude quando se trata de enfrentar desafios complexos que exigem uma compreensão aprofundada.

Com a automação desempenhando um papel cada vez mais central, o "Essencialismo" na Indústria 4.0 também se estende à gestão de recursos humanos. McKeown argumenta que a habilidade de dizer "não" estrategicamente é essencial para a eficácia individual e organizacional. A aplicação desses princípios pode levar a uma força de trabalho mais focada, capacitada para desafios complexos e estrategicamente alinhada aos objetivos essenciais da empresa.


A Aplicação Prática


Ao integrar os ensinamentos de "Rápido e Devagar" na Indústria 4.0, as organizações podem criar uma abordagem balanceada. A rapidez nas operações diárias, combinada com uma abordagem mais lenta e reflexiva nas estratégias a longo prazo, pode resultar em uma tomada de decisão mais robusta e sustentável.

Na abordagem essencialista propõe a ideia de fazer menos, mas de maneira mais significativa. Ao simplificar os processos, identificando e focando nos elementos essenciais da produção, as empresas podem maximizar a eficiência e otimizar recursos na busca por resultados mais impactantes.

No ambiente organizacional, o livro de Ariely lança luz sobre a tomada de decisões e as armadilhas que os líderes podem enfrentar. Ao reconhecer que as escolhas não são sempre baseadas em análises lógicas, mas muitas vezes influenciadas por fatores emocionais e sociais, as empresas podem adotar abordagens mais flexíveis e adaptáveis.

Ao explorar as idiossincrasias do pensamento humano, Dan Ariely oferece uma visão valiosa para acadêmicos, líderes empresariais e qualquer pessoa interessada em compreender as complexidades da psicologia por trás das escolhas que fazemos todos os dias. Este livro continua a ser uma fonte inspiradora para aqueles que buscam desvendar os mistérios da mente humana e aplicar esses insights em contextos práticos.


Conclusão


Em um mundo onde a Indústria 4.0 redefine constantemente os limites da tecnologia, o livro de Kahneman proporciona uma visão valiosa. A dualidade do pensamento rápido e devagar não é uma dicotomia, mas uma complementaridade que, quando aplicada com discernimento, pode impulsionar a inovação e a eficiência na era digital. Entender quando acelerar e quando desacelerar torna-se uma habilidade essencial para navegar com sucesso na Indústria 4.0.

Ao aplicar os princípios do fazer menos, mas de maneira mais significativa, as empresas podem prosperar em um ambiente de constante transformação. Priorizando estrategicamente, simplificando processos e mantendo o foco no essencial, as organizações podem enfrentar os desafios da Indústria 4.0 com confiança, impulsionando a eficiência e a inovação em um mundo cada vez mais digital e interconectado.


Referências

ARIELY, Dan. Previsivelmente irracional. Elsevier Brasil, 2008.

KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Objetiva, 2012.

MCKEOWN, Greg. Essencialismo: a disciplinada busca por menos. Trad: Sextante, 2015.

 
 
 

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